sábado, 29 de janeiro de 2011

Os canteiros de obras do Distrito Federal


A construção civil possui trabalhadores que vão desde os arquitetos e engenheiros até a turma que coloca a mão na massa. Nesse último segmento além da falta de qualificação, o setor encontra outros problemas como o analfabetismo. Sem contar a extrema dificuldade em integrar portadores de necessidades especiais no mercado. A indústria da construção civil quer inserir essas pessoas no mercado de trabalho. Para alcançar esse objetivo, entidades do setor e empresas se uniram para capacitar e contratar os trabalhadores.

Ao mesmo tempo em que a empresa cresce e torna-se melhor, sonhos como o de aprender a ler e a escrever são realizados. Pessoas que estavam fora do mercado de trabalho por causa de uma deficiência terão a oportunidade de serem inseridas novamente. O servente João Evangelista Freitas de Castro, 43 anos, trabalha para a construtora Faenge, que está fazendo uma ação de alfabetização nos canteiros de obras. Há três meses, João começou a estudar. “Quero aprender a ler e a escrever e me dedicar mais aos estudos, que é a coisa mais importante na vida”, comenta João.

A professora Marly Moreira dá aula em canteiros de obras há 10 anos. Ela é contratada pelo Serviço Social da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Seconci-DF). “Dou todas as aulas de 1ª a 4ª série para a turma e preparo os alunos para passarem para a 5ª série. Não é obrigado. Muitos não se interessam e tiram gracinha com a turma dizendo: 'Papagaio velho não aprende mais'. Mas, lá no outro canteiro de obras, temos alunos até de 60 anos que nem escreviam o próprio nome e hoje estão na 2ª, 3ª série.”

União para incluir pessoas com deficiênciaO setor da construção civil sempre encontrou dificuldades para inserir portadores de necessidades especiais no mercado, não cumprindo, assim, a Lei de Cotas para Deficientes. A Lei Federal nº 8.213/1991 (Lei de Cotas) estabelece que empresas que têm de 100 a 200 empregados devem destinar 2% das vagas para pessoas com deficiência. De 201 a 500 trabalhadores, a reserva é de 3%. De 501 a 1000, 4% e de 1001 em diante, 5%.

A solução do problema, enfim, foi encontrada. O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-DF) em parceria com o Senai-DF, a Coordenadoria para Inclusão de Pessoas com Deficiência (Corde), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília (STICMB) e a Superintendência Regional do Trabalho assinaram um pacto para capacitar portadores de necessidades especiais na construção civil.

Elson Ribeiro Póvoa, presidente do Sinduscon-DF, explica que o Senai-DF prepara os cursos e depois disponibiliza os alunos aprovados para o mercado, enquanto o papel do Sinduscon é divulgar o projeto para os interessados. “Teremos a oportunidade de ter mão de obra qualificada dos deficientes, o que até então não era possível”, ressalta. Ana Luzia Duarte Brito, assistente social do Senai-DF e responsável pelo programa Senai de ações inclusivas, conta que a Corde vai indicar portadores de necessidades especiais para fazer os cursos.

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