segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Depois do primeiro, a vez do imóvel melhor

Puxado pelo movimento que realizou o sonho da casa própria dos brasileiros, a busca por uma habitação melhor tem sido responsável por parte do crescimento do mercado imobiliário. Favorecida pela demanda por imóveis novos e usados e pelo aumento de renda, a antiga casa foi deixada para trás.

Com financiamento farto, juro atraente e prazo de amortização alongado, o mercado começou a ensaiar resultados históricos nos últimos quatro anos. Desde então, linhas de crédito com recursos do FGTS e do programa Minha Casa, Minha Vida facilitaram a compra do primeiro imóvel.

Na mesma direção, as classes sociais que já desfrutavam da casa própria começaram a almejar uma nova morada – mais ampla e sofisticada.
– Antes não havia liquidez para unidades usadas. Hoje é muito mais fácil vender um imóvel e investir em um novo – diz o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado, Paulo Silveira.

Em 2010, a construção civil gaúcha teve expansão de 8,73% em relação ao ano anterior. O crescimento fez as unidades habitacionais girar com maior facilidade no mercado. O presidente do Sindicato dos Corretores de Imóveis do Rio Grande do Sul (Sindimóveis-RS), Sidney Fontoura Gomes, ressalta a força do movimento recente:
– Principalmente nos casos em que parte do pagamento da casa nova é feito com a unidade usada.

Segundo o superintendente regional da Caixa em Porto Alegre, Valdemir Colla, “boa parte” dos R$ 1,9 bilhão ofertados em crédito com recursos da poupança “foi destinada para famílias que resolveram trocar seus imóveis, em busca de maior conforto”.

A possibilidade de abater parte do valor com o imóvel antigo tornou real o desejo da pedagoga Maria José Espindola, 49 anos, de residir em um condomínio com infraestrutura de lazer, na Capital. Morando com a mãe, Ilenida Espindola, 78 anos, em um apartamento construído na década de 70, no bairro Petrópolis, a porto-alegrense mudou-se para um empreendimento fechado no Jardim Lindoia.
– Demos o antigo apartamento no negócio e o restante completamos com dinheiro – conta Maria José, que agora desfruta também da companhia da sobrinha Camila da Rosa em todos os finais de semana.

JOANA COLUSSI  -  Zero Hora 

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