quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Nascente de água é aterrada em Barra do Garças


Um crime ambiental revoltou os moradores do bairro Alto da Boa Vista, em Barra do Garças, onde a empresa particular de água do município, Emasa, aterrou uma reserva que fica em cima de uma mina tradicional no bairro. O incidente começou na quinta (26) e prosseguiu até sexta-feira (27) sem nenhuma ação contrária das autoridades e dos órgãos ambientais da cidade.

É o que denuncia o presidente da Associação dos Produtores (Assibarra), Francisco da Purificação, conhecido como Chicão Estudantil. Ele classificou como absurda a ação da empresa de água que, utilizando o maquinário da empreiteira de asfalto, Silgran, aterrou a reserva da mina e diz que vai construir ali um reservatório de água. “Cadê as autoridades do município o prefeito e vereadores que não fazem nada para evitar esse crime? Estão destruindo a natureza na cara de todo mundo”, desabafa Chicão.
O presidente da Assibarra informou que esteve na Sema com o diretor Cleber Fabiano denunciando esse fato no início de agosto e na mesma quinta-feira procurou o Ministério Público para denunciar esse crime ambiental, entretanto ninguém compareceu no local mencionado onde as caminhões e tratores trabalharam durante toda a quinta e sexta-feira sem serem importunados.
Ministério Público disse que somente pode agir quando é provocado e que a denúncia teria que ser feita por escrito, fato que demoraria uma ação no mesmo dia. O promotor que cuida do Meio Ambiente é Wesley Lacerda.

O diretor da Emasa, Marcos Coelho, disse que não há mais mina naquele local e não existe nenhuma irregularidade no serviço executado pela companhia de água. Chicão discorda da versão da empresa de água e conta que tem oito olhos d’água (nascentes) dentro da reserva e o que o local deveria ser preservado. O morador critica também que a prefeitura não fez nada para impedir essa situação muito menos a Câmara Municipal.

Essa é a segunda tentativa da empresa Emasa de obter água pura e cristalina de fontes naturais do município. Na primeira vez, o Ministério Público impediu que a companhia instalasse canos nas cachoeiras da Serra Azul com pretexto de abastecer o bairro BNH. O MP entendeu que havia um crime ambiental e embargou a obra. Desta vez, a Emasa tenta montar um depósito ao lado da mina do Alto da Boa Vista, fato criticado pelos moradores.

Concessão questionável

A empresa Emasa que detém a concessão de água do município por 30 anos é alvo de uma investigação que tramita na Justiça com relação aos seus verdadeiros donos e como ocorreu a licitação deste serviço, em 2003, no segundo mandato do prefeito Wanderlei Farias.

Na época, a ex-vereadora Fátima Aparecida Resende (PT) denunciou que não houve licitação e de que o projeto n. 47, que autorizava a privatização do serviço, não passou pelo plenário. Entretanto, o presidente da Câmara Municipal na época, Welinton Marcos, deu como aprovado o projeto por unanimidade, 15 votos a zero.

Fátima protestou porque não era a favor da privatização do serviço e porque o projeto não foi lido na Câmara. A denúncia da vereadora virou uma representação, entretanto o processo parou e há sete anos não há um veredicto sobre o assunto.

Fonte A Semana no Araguaia

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