segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Habitação ganha impulso com pacote de estímulo a financiamento de longo prazo

O financiamento habitacional pode ganhar novo impulso com o pacote de incentivo ao crédito de longo prazo. Uma das medidas permitirá aos bancos fazer mais empréstimos utilizando os recursos da poupança.

Atualmente, as instituições financeiras são obrigados a direcionar 65% dos depósitos da caderneta para financiar a casa própria. Quando não conseguem atingir esse patamar, a parte que falta é recolhida como depósito compulsório no Banco Central.

Se o banco "vende" parte desses empréstimos para reciclar os recursos, corre o risco de ser obrigado a recolher mais dinheiro ao BC.
A novidade é que as instituições terão agora 36 meses para "diluir" o impacto de créditos vendidos antes de ficarem desenquadradas.

"É um estímulo para o banco que não fazia isso [vender parte dos empréstimos] entrar nesse mercado e criar uma alternativa estratégica de captação [de dinheiro]", afirma Fernando Brasileiro, presidente da Cibrasec, maior securitizadora do país.
Para Dyogo de Oliveira, secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a medida fortalece esse mercado, mas ainda há dois grandes entraves.

O primeiro é o desinteresse dos bancos em se desfazer de empréstimos rentáveis. O outro é convencer os aplicadores a optar por esse título, mesmo tendo papéis de longo prazo com retorno maior no mercado. 


Editoria de Arte/Folhapress
Os empréstimos vendidos só podem ser considerados por três anos nas contas para efeito de enquadramento nas regras e, ainda assim, com redução de 1/36 a cada mês.
Segundo Oliveira, o período e a gradação para a diluição foram definidos para elevar o tamanho dos lotes.
Na avaliação de João Crestana, presidente do Secovi-SP (sindicato da habitação), o pacote é muito oportuno ao estimular os bancos a buscar alternativas de recursos para financiar a habitação, além de FGTS e poupança.
Líder em financiamento habitacional no país, a Caixa Econômica Federal havia anunciado que faria ainda neste ano a primeira operação de venda de empréstimos para testar o apetite do mercado de capitais por esses papéis. Essa emissão inicial era estimada em R$ 500 milhões, de acordo com Jorge Hereda, vice-presidente de Governo do banco federal.
Procurados, Caixa e Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) não se pronunciaram ontem.
Os números comprovam a expansão acelerada dos empréstimos com recursos da poupança. Entre janeiro e outubro, os financiamentos somaram R$ 44,9 bilhões, 69% a mais do que no mesmo período de 2009 e mais do que o dobro do valor contabilizado em todo o ano de 2007.

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